terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Importante e esclarecedor depoimento sobre a importância do ensino virtual!

Testemunho de quem está a terminar um curso de 9 semanas de Introdução à Astronomia e na 4ª semana de outro curso de 10 semanas, em Genética e Evolução da Coursera: https://www.coursera.org/ 

A minha formação base é Engenharia Física e Materiais da Universidade Nova, já lá vão mais de 20 anos. Iniciei o meu trabalho em fábricas, fiz mestrado em áreas mais propensas a esse mundo fabril e depois mudei para a área de serviços e tornei-me acima de tudo gestor. Seguiu-se MBA e muitos outros cursos de atualização.

Tudo isto, para dizer que tenho investido sempre na formação em formato dito tradicional e de alguma maneira sempre com um objetivo de adicionar conhecimentos em áreas que também contribuíam para uma evolução profissional.

No caso destes cursos a minha motivação é diferente. São pelo puro conhecimento sem sentido utilitário na minha vida profissional e nem sequer me interessa o certificado, que existe se se cumprir a avaliação (eu apenas a cumpro pelo desafio mas há quem o faça porque lhe interessa o certificado, independentemente do reconhecimento que tenha). E os cursos são excepcionais! A minha experiência é apenas de dois cursos; em ambos há grande profundidade, complexidade, exigência de trabalho (o de astronomia muito trabalho mesmo – atenção a quem o pretenda fazer pois deve contar com o dobro do tempo que é referido). O nível, neste caso é pré-universitário (só para permitir a pessoas com menos conhecimentos de matemática poderem aderir), mas há cursos de todos os tipos, temas e níveis.

Há também mecanismos de interação, como os hangouts, em que se colocam a falar alguns alunos com os professores através de vídeo, chat e email; há a curiosidade dos fusos horários nestes hangouts que são sempre na madrugada de alguém; há os prazos de entrega com base no fuso horário da costa leste dos Estados Unidos; há os fóruns de discussão que colocam os milhares de alunos (mais de 6000 no de astronomia e mais de 20000 no de genética) de todo o mundo (mesmo todo!) em interação incluindo professores; há a descoberta do limite da ética e do código de conduta que todos são obrigados a assinar e que se vê violada (ou quase) algumas vezes, quando nas discussões sobre os problemas há alunos que se aproximam tanto de revelar a solução que só não dão o resultado final; Há coisas engraçadíssimas, como por exemplo intervenções de pessoas que, no meio da profundidade, até matemática, das suas intervenções nos fóruns se nota alguma imaturidade e resolvemos tentar saber um pouco mais dessa pessoa entrando no seu perfil e descobrimos ser um miúdo de 12 anos do Paquistão; Há ainda o caso do Hangout programado para alunos menores de 18 e que não pode acontecer porque a ferramenta da Google exigia ser usada por maiores; Enfim, um “Admirável Mundo Novo”.

Os meios que cada professor usa são semelhantes, mas a abordagem é diferente e os métodos de avaliação também, desde só trabalhos até trabalhos e testes. As plataformas são bastante sofisticadas e não vejo nestes meios uma redução do papel do professor. Diria mesmo que a exigência é enorme sobre estes. Não há aula em que não saia uma errata com correcções ao que o professor disse.

Tudo isto vindo de professores de topo, cheios de entusiasmo em estar a participar nisto e que, mesmo sendo gratuito e vendo-se que isto não os aliviou do seu trabalho normal, se mostram disponíveis e empenhados.

Claro que só funciona para alunos motivados, mas creio que estes meios, estarão certamente no cerne da educação no futuro, num papel principal ou complementar.(Testemunho de Zurk-Portugal Lisboa)

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