Hidroxocobalamina é o nome do medicamento solicitado. Serve para combater a intoxicação causada pelo gás cianeto, o mesmo usado nas câmaras de gás nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial.
Era o princípio ativo do tristemente famoso Zyklon B dos campos de extermínio.
Segundo o pesquisador Anthony Wong, diretor médico do Ceatox (Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP) trata-se de um dos venenos mais letais, por sua capacidade de paralisar os mecanismos de produção de energia das células, matando-as.
Pois o cianeto apareceu junto com a fuligem e o monóxido de carbono dentro da Kiss, como consequência da combustão dos materiais usados no revestimento acústico.
"Não tem cheiro nem cor e é capaz de matar em um prazo curtíssimo, de quatro a cinco minutos", explica Wong.
A detecção do cianeto é feita por análises químicas. Mas essa suspeita já existia mesmo antes da confirmação laboratorial. "É que o gás é subproduto da combustão de materiais como espuma de poliuretano, usada em revestimentos baratos com finalidades acústicas", diz Wong.
Revestimentos acústicos de boa qualidade são antichamas e não inflamáveis, portanto não produzem o cianeto.
A enfermeira Soeli disse ontem à Folha que o Hospital Universitário de Santa Maria já recebeu doações da hidroxocobalamina em quantidade suficiente para o tratamento dos pacientes lá internados (até ontem em número de 11).
Mas o toxicologista da USP considera inaceitável que o principal hospital público da cidade tenha de ter contado com doações. "Na França, todos os serviços de pronto-socorro estão equipados com a hidroxocobalamina para tratar intoxicações por cianeto."
Ele explica que, no Brasil, o medicamento (comercializado sob o nome de Rubranova) é de difícil acesso porque o laboratório que importava o sal parou de fazê-lo, e o país não o produz. Nas farmácias, o sal também não é vendido.
No Hospital Universitário, três pacientes ainda necessitam de ventilação mecânica, para conseguir respirar. E ainda há o risco de sequelas causadas por lesões nas células nervosas, fruto da falta de oxigênio. Esse é um resultado possível da intoxicação por cianeto, uma vez que o veneno mata as células que entram em contato com ele.
O mais cruel do veneno é que, sem cheiro nem cor, muitos jovens acabaram intoxicados, achando que estavam protegidos por máscaras improvisadas com roupas molhadas enroladas no rosto. Se conseguiu barrar boa parte das partículas de fuligem, diz Wong, esse expediente foi absolutamente inútil contra o cianeto.( Autora LAURA CAPRIGLIONE :Publicado na Folha de São Paulo em 30/01/2013)
Ácido cianídrico ou ácido prússico é o veneno de ação mais rápida que se conhece.
A toxicidade do íon cianeto (HCN) é conhecida há mais de dois séculos; porém, os compostos que contém cianeto são tóxicos somente se liberarem HCN numa reação. Sem dúvida alguma, o ácido cianídrico ou ácido prússico é o veneno de ação mais rápida que se conhece.
Muitos autores e histórias policiais têm utilizado, em suas obras, os cianetos de sódio ou potássio para provocar mortes misteriosas de alguns personagens. Na literatura de espionagem, por exemplo, que esteve muito em moda a partir da 2a Guerra Mundial até o fim da Guerra Fria, os espiões tinham uma cápsula desses sais embutida em cavidades dentárias. Quando presos pelo inimigo, os espiões deveriam ingerir a cápsula, a fim de evitar, pela própria morte, a revelação dos segredos durante o interrogatório.
Quando a cápsula atinge o estômago, o sal reage com o ácido clorídrico presente no suco gástrico:
NaCN(s) + HCl(aq) ⇒ HCN(g) + NaCl(aq)
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Resumo:
O presente trabalho visa comparar assentos automobilísticos feitos de manta de fibra de coco com látex (MFCL) em relação à espuma de poliuretano (EPU), avaliando a possibilidade do primeiro substituir o segundo, devido ao fato da fibra natural ser biodegradável e renovável. Esses materiais foram submetidos à análise termogravimétrica (TGA), pirólise e análise dos produtos de pirólise por cromatografia gasosa acoplada ao espectrômetrode massa. Verificou-se que a pirólise a 800oC apresentou grande número de gases tóxicos, e comparando os materiais observou-se que a EPU emitiu gases mais tóxicos na combustão que aqueles produzidos pelos outros materiais sob as mesmas condições, tais como o cianeto de hidrogênio e compostos de nitrila. Quanto às análises de TGA, verificou-se que acima de 270oC inicia-se a degradação térmica de todos materiais.
Link do trabalho completo:
http://www.abes-dn.org.br/publicacoes/engenharia/resaonline/v10n02/v10n02a07.pdf
O HCN é um dos gases prsentes na combustão ou degradação térmica do poliuretano (PU) .Algumas espumas ( colchões etc) são feitas com espuma de PU . O poliestireno, outro polímero utilizado em espumas não produz HCN. Eu trabalhei com flamabilidade na década de 70 nos EUA. Só agora aparecem alguns trabalhos bem limitados sobre flamabilidade
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