quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Uma excelente proposta para recuperar nossas escolas públicas!


Quando se ouve dizer que um grupo de escolas na Califórnia, chamado genericamente de HTH (High Tech High), capturou a atenção de pessoas como Barack Obama, Oprah Winfrey e Bill Gates, a primeira coisa que se pode pensar é que elas devem se destacar por ter tudo o que de mais moderno pode haver em salas de aula. Até é, mas não só. A proposta dessa rede, que começou em 2000 e hoje é formada por 11 escolas e uma instituição de pós-graduação para professores, se baseia em quatro pilares que têm sido apontados por especialistas em educação como essenciais para formar alunos para o século 21: personalização, conexão com o mundo, interesse comum em aprender e professor como designer do aprendizado.

 “Nós temos computadores em todas as salas e excelentes laboratórios, mas nosso diferencial não está aí”, diz Robert Khul, diretor de uma das unidades, a High Tech High Media Arts. O primeiro passo, afirma o educador, está no processo de admissão. Por serem charters, escolas públicas de administração privada, elas são gratuitas para todos os seus cerca de 4.500 alunos. No entanto, pelos bons resultados que a escola vem acumulando – no ano passado, por exemplo, 100% dos alunos foram aceitos em uma universidade – há mais candidatos do que as escolas são capazes de receber. São duas unidades de fundamental 1, quatro de fundamental 2 e cinco de ensino médio, todas muito procuradas. A solução que a direção encontrou foi fazer um sorteio respeitando um critério que procura atender a todas as áreas da região onde as escolas estão. Assim, afirma Kuhl, a escola garante que seu corpo de alunos seja bem diverso e integre classes sociais diferentes. “Aqui nós temos filhos de milionários e filhos de pessoas que não têm onde morar”, diz.

Outro fator que explica o sucesso da escola, defende o diretor, é a aposta na personalização, baseada tanto no contato direto entre professores e alunos quanto em recursos virtuais. “Mantemos uma proporção baixa de alunos por professor”, diz Kuhl. Além disso, a cada aluno da HTH é designado um monitor, que se torna responsável por fazer um acompanhamento individualizado de interesses acadêmicos específicos. Com tal integração entre alunos e professores, as partes se sentem corresponsáveis pelo processo de aprendizagem e cumprem o segundo dos pilares da escola: interesse comum em aprender. No mundo virtual, os alunos são estimulados a manterem suas produções em um portfólio digital, acessível a qualquer um.

Nesse sistema de relações, a presença de professores qualificados é fundamental. Por isso, a escola percebeu a necessidade de ter sua instituição de ensino superior para formar e atualizar seus profissionais. “A missão da HTH Graduate School of Education é preparar líderes reflexivos, capazes de desenvolver ambientes de aprendizagem inovadores, autênticos e rigorosos”, diz a instituição em seu site. É ali, dividindo espaço físico com as escolas, que o contato com a prática ocorre e os professores aprendem, reaprendem e reciclam métodos.

 Sem livros-texto pré-determinados, são eles os responsáveis por guiar o aluno, o que é o quarto dos pilares da HTH. “Nós somos atentos, mas não escravos do currículo nacional”, diz Kuhl. Assim, explica ele, a escola sugere que, em vez de blocos de 50 minutos, as aulas sejam mais longas, facilitando o desenvolvimento do aprendizado baseado em projetos. E algumas disciplinas são agrupadas “porque é assim que elas vão aparecer na vida”, diz Kuhl, reforçando mais um dos pilares da escola, a conexão com o mundo lá fora. Por isso, matemática e física costumam ser ensinadas juntas para alunos do ensino médio. Isso também ocorre com a disciplina de humanidades, que reúne história, filosofia e língua inglesa. Até fisicamente a escola foi pensada para facilitar os arranjos diferentes das salas de aula tradicionais, com espaços para atividades manuais, para reunião de grupos pequenos, para trabalhos individuais e para apresentações.(Texto de  Patrícia Gomes-Porvir)

 
Mission
High Tech High’s mission is to develop and support innovative public schools where all students develop the academic, workplace, and citizenship skills for postsecondary success.


High Tech High Goals


At each HTH school, our goals include:

  • Serve a student body that mirrors the ethnic and socioeconomic diversity of the local community.
  • Integrate technical and academic education to prepare students for post-secondary education in both high tech and liberal arts fields.
  • Increase the number of educationally disadvantaged students in math and engineering who succeed in high school and post-secondary education.
  • Graduate students who will be thoughtful, engaged citizens.

The goals for the HTH central organization include:

  • Support the development of excellent schools based on the HTH design principles.
  • Become a self-sustaining central organization conducting “behind the whiteboard” management practices that are as exemplary as the “in front of students” programs offered at HTH schools.
  • Inspire and enable others in the public education community to adopt the HTH design principles and instructional practices.

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