terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Tese de mestrado da USP desvenda fatos desconhecidos da família imperial brasileira!



Veja detalhes deste trabalho fantástico:

http://infograficos.estadao.com.br/public/familiaimperial/amelia.shtml




Autora Valdirene do Carmo Ambiel  
Estudos de Arqueologia Forense Aplicados aos Remanescentes Humanos dos Primeiros Imperadores do Brasil Depositados no Monumento à Independência. Dissertação de Mestrado em Arqueologia (MAE/USP. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.

Resumo e histórico do trabalho:
 
Este projeto foi de iniciativa própria de Valdirene do Carmo Ambiel que nasceu em 1971, próximo ao Monumento à Independência, no bairro do Ipiranga, na cidade de São Paulo. A hoje arqueóloga Valdirene do Carmo Ambiel passou boa parte de sua infância brincando na área do Monumento e Museu Paulista da Universidade de São Paulo que hoje é conhecida como Parque da Independência. A arqueóloga pode acompanhar pessoalmente, inclusive a chegada dos remanescentes humanos da Imperatriz Dona Amélia de Leuchtenberg a Cripta (ou Capela) Imperial, em abril de 1982.

Junto com estes eventos, ela acompanhou os problemas de infiltração de água no local, e com este problema vieram às preocupações com os efeitos que a umidade poderia produzir aos despojos dos Imperadores: D.Leopoldina, Dom Pedro I e D. Amélia. Daí, em 2010, surgiu à intenção de se fazer um projeto, cujo objetivo seria analisar os efeitos da umidade aos remanescentes humanos, material associado. Fazer um trabalho que buscasse a preservação de parte da história do Brasil, que ali está depositada para as gerações futuras. E buscar alternativas para resolver os problemas de umidade no local. Pois apesar das reformas e obras como a abertura do espaço museológico realizado pelo Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) da Prefeitura do Município de São Paulo entre o final dos anos de 1990, início dos anos 2000 terem diminuído o problema de infiltração, a umidade ainda persiste no local.

Desta forma, não houve em nenhum momento uma ‘encomenda’ por parte de qualquer órgão público ou da Família Imperial do Brasil seja para arqueóloga Valdirene do Carmo Ambiel, seja para Universidade de São Paulo para que este trabalho fosse realizado.

Houve sim o apoio da Família Imperial, Departamento do Patrimônio Histórico da Prefeitura do Município de São Paulo (DPH), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Brasileiro (IPHAN). Mas não uma solicitação formal. Muito pelo contrário, apesar destes órgãos públicos a da Família terem informações sobre o estado em que se encontrava o local, a arqueóloga passou os últimos dois anos buscando as permissões dos mesmos citados acima para a realização destes trabalhos. Toda esta preocupação por parte do DPH, IPHAN e Família Imperial é natural, por se tratar de um assunto que envolve a história e a identidade brasileira e no caso da Família Imperial, por se tratar da história de seus antepassados. 


Acreditamos ser de muita importância que as informações sobre os objetivos deste trabalho sejam levados ao conhecimento público e que fiquem registrados.

Os gastos com os 7 meses de trabalho na Capela Imperial do Ipiranga (23/2/2012 até 6/9/2012) foram arcados pela pesquisadora Valdirene do Carmo Ambiel que recebia o auxílio de bolsa da CAPES e também recebeu apoio e a colaboração do IPEN, do Grupo de Física Aplicada com Aceleradores do Instituto de Física da USP, Departamento de Patologia, Departamento de Radiologia e Serviço de Verificação de Óbitos da Capital da Faculdade de Medicina USP, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB/USP). Da empresa Estúdio Sarasá Conservação e Restauro, além é claro da colaboração de colegas que como pessoas físicas colaboraram com seu conhecimento para o desenvolvimento deste trabalho como profissionais e cientistas, pois além da colaboração das instituições citadas acima, houve a participação de médicos legistas e de um odontolegista e arqueólogo forense, além da troca de informações com colegas pesquisadores do tema. Todas estas colaborações tornaram possíveis as pesquisas realizadas nos remanescentes humanos dos Primeiros Imperadores do Brasil, fazendo deste trabalho uma pesquisa multidisciplinar. Assim, este trabalho contou com recursos próprios, sem que houvesse ônus para o DPH, IPHAN ou mesmo para Família Imperial.

Confira abaixo dez verdades reveladas pela arqueóloga Valdirene do Carmo Ambiel e por pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP sobre os ilustres personagens históricos.(Fonte Edison Veiga e Vitor Hugo Brandalise - O Estado de S. Paulo)


1. Dom Pedro I foi realmente enterrado - e não cremado, como afirma texto exposto no interior do Monumento à Independência, no Ipiranga, que abriga a cripta com os restos mortais do imperador e das duas imperatrizes. O estudo arqueológico na cripta afasta de vez a suspeita de que não haveria corpos ali.

2. A segunda mulher de Dom Pedro I, Dona Amélia de Leuchtenberg, foi mumificada. Seu corpo está preservado, inclusive cabelos, unhas e cílios.

3. Dona Leopoldina não teve o fêmur quebrado. Acreditava-se que ela teria caído - ou sido derrubada por Dom Pedro - de uma escada e sofrido uma grave fratura, que teria culminado em sua morte.

4. Dom Pedro I sofreu fraturas em quatro costelas. A causa seriam duas quedas de cavalo, em 1823 e 1829 - ele era um apaixonado por velocidade.

5. Dona Leopoldina foi enterrada com a mesma roupa com que foi coroada imperatriz do Brasil, em 1822. Como único ornamento, usava brincos de ouro com gemas que - presumia-se - eram pedras preciosas. Análise mostrou, no entanto, que são de resina - ou seja, eram bijuteria.

6. Dom Pedro I foi enterrado como Dom Pedro IV de Portugal, com roupas de general. Todas as insígnias encontradas com sua ossada são portuguesas, sem referências em suas vestes ao passado imperial brasileiro.

7. Quando morreu, aos 66 anos, Dona Amélia tinha escoliose severa - desvio na coluna que a fazia andar torta - e osteoporose.

8. Dom Pedro I não era tão alto como se supunha. Ele media entre 1,66 m e 1,73 m - alto para um português da época, mas de mediano para baixo para um homem brasileiro atual.

9. Dom Pedro I foi enterrado com solo da região de Porto, em Portugal. Possivelmente, uma homenagem da cidade ao homem que liderou o "Cerco do Porto" (1832-1833), famoso episódio da guerra pelo trono português, entre liberais e absolutistas.

10. Dona Amélia foi enterrada totalmente de preto. Ela guardou luto por 42 anos, após a morte de Dom Pedro I.

6 comentários:

  1. Quem quer faz, apesar do grande sacrificio deste pesquisadora.
    TFA

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  2. Tem um erro no horario postei agora as 21:51, e saiu 16:51
    TFA

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  3. Onde posso baixar a tese de mestrado?

    Edineiton Tejo

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  4. Neiton,ainda não está disponivel!Tão logo estja vou disponibilizar o link.

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  5. Obrigado Hélio, Estarei no aguardo então.Obrigado.

    Edineiton.

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  6. Hélio, a tese está disponível:

    http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/71/71131/tde-27032013-173516/en.php

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